sexta-feira, 31 de outubro de 2008


Animais egípcios eram mumificados como humanos

As receitas usadas pelos antigos egípcios para mumificar animais eram tão complicadas quanto as que eles usavam para mumificar pessoas, de acordo com pesquisas britânicas.

Os órgãos internos dos animais eram retirados cuidadosamente e enrolados em ataduras de maneira elaborada, antes de serem tratados com produtos como cera de abelhas e betume.
O estudo de pesquisadores da Universidade de Bristol foi publicado na revista Nature.
Os egípcios mumificaram diversos tipos de animais, de vacas e crocodilos a escorpiões e cobras. Às vezes, eles mumificavam até leões.
A grande quantidade de animais mumificados encontrados no Egito levou pesquisadores a supor que eles eram preparados com menos cuidado, em comparação com seres humanos.
Mas os químicos orgânicos Richard Evershed, Katherine Clark e Stephen Buckley demonstraram que a situação é diferente.
Eles analisaram os restos mumificados de um gato, um falcão, e um íbis para conhecer a composição das substâncias químicas usadas em sua preparação.
"Encontramos combinações de materiais muito semelhantes às usadas para embalsamar seres humanos", disse Evershed.
Oferendas
Quatro grupos de animais foram identificados pelos pesquisadores: aqueles colocados nas tumbas para ser usados pelos mortos como comida numa vida posterior, os que eram animais de estimação da pessoa morta, animais mumificados como símbolos de um culto e aqueles dados como oferenda aos deuses.
Os três primeiros tipos são encontrados em diversos momentos da história egípcia. Mas o último é geralmente restrito ao período greco-romano.
Alguns cientistas afirmam que, em alguns casos, animais eram mumificados antes, e não depois de sua morte.
As múmias estudadas pelos cientistas são do último período em que pessoas eram mumificadas no Egito, que foi de 818 AC a 343 AC.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008


Encontrada a múmia de Nefertiti
Um grupo de pesquisadores diz ter encontrado o corpo mumificado da rainha Nefertiti, um dos personagens mais famosos da história do Egito antigo.

"Há uma possibilidade muito forte", disse Joann Fletcher, que liderou a expedição patrocinada pelo canal Discovery.
Os cientistas acreditam que o corpo da rainha é uma das três múmias descobertas na câmara secreta de uma tumba conhecida como KV35 no Vale dos Reis, em Luxor, no Egito.
A tumba foi originalmente localizada e catalogada em 1898, mas as múmias haviam sido cobertas e, aparentemente, esquecidas.
O paradeiro dos restos mortais de Nefertiti tem sido durante muitos anos um dos maiores mistérios para os arqueoélogos. Clique abaixo para ver reportagem em inglês sobre a suposta descoberta:

Peruca

A rainha Nefertiti, juntamente com o marido dela, o faraó Akhenaten, governaram o Egito de 1353 a 1336 a.c., durante a 18º dinastia de governantes.
No entanto, praticamente todas as pistas da rainha e de seu marido foram apagadas, depois que Akhenaten tentou sem sucesso substituir a devoção aos deuses egípcios pela adoração ao deus do sol, Aton, em uma das primeiras tentativas de praticar o monoteísmo.
Joann Fletcher disse ter se interessado pela descoberta depois que uma peruca encontrada ao lado das três múmuas no Vale dos Reis foi identificada como sendo do tipo usada pelas mulheres da 18º dinastia.
Um exame mais detalhado levou à descoberta do corpo de uma mulher jovem, com dois furos na orelha, a cabeça raspada e a marca de uma tiara apertada, geralmente usada pela realeza.
A múmia – que havia sido desfigurada e mutilada – também teve um braço removido, o qual foi encontrado embrulhado perto dos restos mortais. O braço estava dobrado, um sinal, segundo Fletcher, de que poderia estar segurando um cetro.
As outras duas múmias – um adolescente e uma mulher idosa – ainda não foram identificados.
A especialista em assuntos do Egito antigo, Susan James, afirma, no entanto, que "evidências conhecidas e publicadas antes da expedição indicam que é muito improvável que seja mesmo a múmia de Nefertiti".

Fetos são de filhas gêmeas de Tutancâmon, diz análise
Estudo com DNA de fetos indicou que gêmeas nasceram mortas, disse pesquisador

Dois fetos mumificados encontrados na tumba do faraó egípcio Tutancâmon poderiam ser de suas filhas gêmeas que nasceram mortas, indica a análise preliminar do DNA dos corpos pelo anatomista britânico que há quatro décadas estuda os despojos do rei egípcio.
As novas descobertas serão apresentadas nesta segunda-feira pelo professor Robert Connolly, da Universidade de Liverpool, em uma conferência sobre farmácia e medicina do Egito Antigo na Universidade de Manchester. "Estudei uma das múmias, a maior, em 1979, determinei o grupo sangüíneo desta múmia bebê e comparei com o grupo sangüíneo de Tutancâmon que defini em 1969. Os resultados confirmaram que este feto maior poderia ser da filha de Tutâncamon", afirmou Connolly. "Agora acreditamos que são gêmeas e ambas suas filhas. A análise do DNA que está sendo realizada pelo grupo do Dr. Hawass, no Egito (Zahi Hawass, secretário-geral do Conselho Supremo de Antigüidades egípcio), vai contribuir com outra peça-chave para essa questão." Os fetos foram encontrados na tumba de Tutancâmon, em Luxor, em 1922. Sabe-se que o faraó, que morreu há três milênios quando tinha apenas 19 anos, casou-se com Ankhesenamun, filha da rainha Nefertiti, aos 12 anos de idade. Mas o casal não teve nenhum filho que tenha sobrevivido, acreditam os estudiosos. Connolly afirmou que a tese dos dois bebês gêmeos "se encaixa bem na idéia de uma única gravidez de sua jovem esposa". "É uma descoberta muito animadora, que não apenas pinta um retrato mais detalhado da vida e morte desde jovem rei, como também nos conta mais sobre sua linhagem", acrescentou. Os despojos de Tutancâmon foram examinados em testes de DNA e tomografia computadorizada em 2005. Estas foram as primeiras múmias a serem submetidas a estes testes, na tentativa de aportar novas informações à história dos governantes egípcios da Antigüidade. Tutancâmon governou o Egito de 1.333 a 1.324 a.C. Acredita-se que tenha chegado ao trono aos nove anos de idade. A diretora da conferência, a professora Rosalie David, disse que a tumba e a múmia de Tutancâmon "têm nos dado muita informação
sobre a vida no Egito Antigo, e pelo jeito continuarão dando por algum tempo". O evento em que as conclusões serão apresentadas reúne mais de cem delegados de cerca de dez países e é realizado em parceria entre a Universidade de Manchester e o Centro Nacional de Pesquisas, no Cairo.